8/Dezembro/2012
Na madrugada do último dia 07, por volta das 02:00 horas, o Delegado de
Polícia Dr. Rogério Campos Sousa estava em um estabelecimento no Araxá quando
presenciou um grave acidente de trânsito que resultou
na morte de um homem de 57 anos, trabalhador ambulante das proximidades. Na sua
função de Delegado de Polícia, mesmo estando em horário de lazer, se dispôs a ir
até o local do acidente e tomar os procedimentos iniciais. Chegando ao local,
deparou-se com as duas pessoas que estavam no veículo, as quais apresentavam
sinais de embriaguez alcoólica e queriam se evadir do local. O Dr. Rogério se
posicionou e impediu a fuga dos suspeitos, bem como identificou algumas
testemunhas dos fatos. Logo depois, chegaram os policiais militares, e então, o
Dr. Rogério começou a passar as informações sobre o ocorrido, inclusive
indicando os suspeitos e as testemunhas. Então, os policiais militares
entenderam que o Delegado de Polícia estava se intrometendo e atrapalhando o
trabalho deles. Conclusão, um dos suspeitos do crime fugiu e o Dr. Rogério foi
preso, algemado e transportado no xadrez da viatura policial, sendo apresentado
como infrator no CIOSP do Congós, pelo fato de estar conturbando a cena do
crime. O suspeito de causar o homicídio foi conduzido à delegacia de polícia foi
transportado sem algemas e sentado no banco de trás do veículo, demonstrando
flagrante contrasenso na atuação dos policiais militares. Na delegacia de
polícia, o Delegado Plantonista, Dr. Ícaro Freitas Malveiro, analisou os fatos
imparcialmente, de acordo com as provas coligidas no procedimento, e concluiu
que não havia nenhum indício de crime praticado pelo Dr. Rogério, razão pela
qual autuou a Oficial da Polícia Militar, Tenente Rosilene, autora da voz de
prisão do Delegado, pelo crime de abuso de autoridade, sem prejuízo de que
possam surgir outros crimes, com o decorrer das investigações.
A Associação dos Delegados de Polícia do Amapá lamenta profundamente o
ocorrido e apóia incontinente a ação depreendida pelo Dr. Rogério Campos Sousa,
que mesmo não estando em horário de serviço, não se furtou ao mandamento legal e
se dirigiu ao local do crime, tomando todos os procedimentos iniciais
necessários. De forma alguma o Dr. Rogério conturbou a cena do crime, pelo
contrário, ele apenas estava ajudando na elucidação do crime, indicando os
suspeitos e testemunhas. Contudo, infelizmente, faltou respeito,
profissionalismo, educação e razoabilidade por parte dos policiais militares,
resultando nesta ação desastrosa, que acabou prendendo o inocente Delegado de
Polícia e deixando fugir um dos suspeitos do homicídio. Não é a primeira vez que
um Delegado de Polícia é preso, algemado e conduzido no porta-malas da viatura
ilegalmente. Ações como estas vem na contramão da vontade dos Delegados de
Polícia em quebrar o distanciamento entre as polícias, e inclusive destoa da
própria atuação do Governo do Estado do Amapá, que está se esforçando em
implementar as Unidades de Polícia Pacificadora, incentivando a aproximação cada
vez mais das Polícia Militar e Polícia Civil. A Associação dos Delegados de
Polícia espera que fatos como esses não venham a arranhar a relação das
instituições coirmãs da segurança pública, mas para que isso ocorra, ressalta
que é imprescindível a punição de seus responsáveis no rigor da lei.
Fábio Araújo de Oliveira
Presidente da Adepol/AP
Presidente da Adepol/AP
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