quinta-feira, 3 de novembro de 2011

RELATÓRIO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA QUE TRATOU SOBRE “QUESTÕES PERTINENTES AO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO AMAPÁ”.


A seguir a Deputada convidou o Sr. Alexandro Soares de Oliveira - Presidente do Sindicato dos Agentes e Educadores Penitenciários do Estado do Amapá – SINAPEN para iniciar sua apresentação. O Presidente agradeceu a Assembleia Legislativa pela realização da audiência que aborda o tema voltado para Sistema Penal do Estado do Amapá. Segundo o Presidente, há superlotação no IAPEN, com aproximadamente 2.000 detentos, distribuídos nas 05 (cinco) Unidade Penitenciárias: Cadeião, Anexo, Feminino, Centro de Custodia do Novo Horizonte e Centro de Custodia do Oiapoque, quando que a estrutura física tem capacidade de espaço para apenas 900 pessoas. Não queremos a construção de mais Pavilhões e sim reforma dos atuas e construções de unidades prisionais nos interiores do estado para garantir que o interno possa ter um acompanhamento de seu familiar na melhoria de sua reinserção social.
Um quantitativo de efetivo de um total de 328 agentes, 64 educadores penitenciários, divididos em quatro equipes, que se reveza em escala de 24/72 horas, sendo  que o conselho Nacional de Políticas Públicas e Penitenciários - CNPP, determina  proporção de que para cada 05 detentos para haja 01 agente penal, no Estado do Amapá, a proporção está de 22 presos para cada servidor; pois, na realidade o IAPEN/AP disponibiliza apenas 01 agente penitenciário para tomar conta de um pavilhão que em media tem 240 presos, pois temos as demandas do dia tais como: viagens para o interior do estado nas comarcas do TJAP, fórum, escolta para hospital; politec, banco; velório; tratamento a saúde do preso e outros. Mostra-se que hoje o Estado do Amapá tem um déficit de 300% de Servidores Penitenciários e sem conta que uns 25% desses servidores encontram se de férias, licença prêmio, licença médica ou a disposição de outros órgãos públicos.
Sendo que ao longo dos últimos 30 anos que existe o complexo penitenciário do Amapá, onde não se teve investimentos em pessoal; estruturais e de modernização de equipamentos, com isso a penitenciária estadual vem acumulando problemas que transformaram o atual Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) numa panela de pressão prestes a explodir, Além de ter uma superlotação de detentos às insuficiências na carceragem vão desde a falta de remédios para os internos até a ausência de higiene e destinação do esgoto sanitário, possui um fornecimento de água precária, falta de energia elétrica em alguns pavilhões, a alimentação é de péssima qualidade, a estrutura física está completamente comprometida. Um ambiente totalmente insalubre, fétido, sujo, sem condições nenhuma de abrigar seres humanos.
 A atividade do agente penal é uma das mais perigosas e estressantes do mundo. O agente penitenciário é o que a cada 30 anos de serviço prestado cumprem uma pena de 10 anos. Os agentes sofrem ameaças no exercício da profissão, por consequência da falta de atendimentos básicos aos detentos. Comumente são indiciados como culpados por fugas, porém, com a quantidade de agentes disponíveis em relação à quantidade de detentos, há grandes dificuldades para o controle de situações de risco dentro do complexo penitenciário. A maioria das fugas é feitas pela quebra da muralha.
O servidor não é valorizado, pois alguns servidores estão com sequelas de acidentes ocorridos no exercício da profissão. Em maio de 2011 o Governo do Estado do Amapá - GEA lançou programa de valorização dos servidores da segurança pública, porém os servidores do IAPEN não foram contemplados. A categoria requer gratificação alimentícia, visto que é arriscado os servidores almoçarem no IAPEN e por outro lado os custos para o GEA seriam menores. Os servidores fazem 32 horas-extras e recebe somente o equivalente há 16 horas-extras. Os servidores estão reivindicando o pagamento do retroativo das progressões, do adicional de periculosidade; e o pagamento do Auxilio Fardamento - Decreto de LEI Nº 1.499 de 29/06/2010 do Governo do Estado do Amapá que não cumprir. Das 17 reivindicações apresentados ao governo Foram atendidos com apenas 03 itens.
 Segundo o presidente, devido à falta de equipamentos adequados, os servidores têm grandes dificuldades de controlar o fluxo de objetos proibidos no IAPEN, como drogas, celulares, armas brancas e de fogo, etc, que entram no complexo em partes íntimas dos visitantes, em comidas, etc... e que os servidores não podem pagar por isso, devem sim, responsabilizar o Estado pela omissão e não adequação necessária da instituição. Os servidores fazem escoltas de internos para o interior e encontram dificuldades, a exemplo da falta de viaturas ou veículos sucateados. No geral o presidente requer melhores condições de trabalho aos servidores do IAPEN. O presidente também apresentou fotografias da realidade do complexo, com buracos feitos no muro que é frágil, buracos no solo realizado para fugas de detentos, objetos escondidos nas selas, etc. Nos dias de entrega de materiais ficam 14 agentes para mais de 400 detentos soltos por pavilhão.


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