quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

AMAPÁ - Agentes penitenciários paralisam por 24 horas

 Fonte: Jornaal do Dia -  http://www.diariodoamapa.com.br/cadernos/principal/cidade/1308-agentes-penitenciarios-paralisam-por-24-horas

Mais de quinhentos agentes penitenciários cruzaram os braços numa paralisação que durou 24 horas, no Amapá, nesta quarta-feira. O ato foi em repúdio ao veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que autoriza esses profissionais a portarem armas de fogo fora dos plantões. Os agentes dizem que frequentemente recebem ameaças de morte dos presos.

Os agentes penitenciários que trabalham no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), e de todo o Brasil, só tem autorização para usar armamento dentro da cadeia, e ressalva para manter uma arma em casa. “Recebemos ameaças constantes de presos que dizem que quando saírem vão nos matar. O pior é que eles detêm informações precisas sobre nós, e, principalmente, nossas famílias”, disse o presidente em exercício do Sindicato dos Agentes Educacionais Penitenciários do Amapá, Clemerson Sá.

O porte de armas fora do serviço foi vetado pela presidente Dilma Rousseff no começo do mês, com a justificativa que ampliaria o número de armas de fogo em circulação, na contramão da política nacional de combate à violência.

Segundo os agentes, o estopim de tudo foi quando, em abril do ano passado, um agente que vinha sofrendo ameaças foi morto em uma emboscada no ramal da Ilha Mirim. “Se o companheiro Clodoaldo tivesse porte de arma total, com certeza ele teria a chance de se defender, o que não ocorreu. Clodoaldo foi executado após deixar a cadeia”, lembrou.

A paralisação foi nacional. “É uma paralização que, conforme a lei, estamos com 30% dos agentes trabalhando. Como estamos aqui na frente, caso haja fuga em massa, reassumiremos nossos postos”.

Além do porte de armas os agentes prisionais têm outras reivindicações. “A nossa insalubridade não está sendo pega. O governo não chama outra turma de agentes e o prazo para expirar o concurso esta chegando. Nosso contingente é pequeno. Sempre vemos propagandas de que o número de fugas diminuiu, mas ninguém vê o sacrifício que fazemos aqui dentro”, concluiu Clemerson.

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