segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Visitas a presos dos pavilões F2 e F3 foram suspensas após um tiroteio entre internos no dia 7 de novembro. A decisão partiu da direção do presídio por medida de segurança. Familiares realizam manifestação em frente à penitenciária indignados pela decisão.

Familiares estão há três semanas proibidos de visitar detentos do Iapen

Jornal Agazeta

Fonte: http://www.jornalagazeta-ap.com/portal/?p=2&click=twitter&c=38&i=8961&t=Familiares_est%C3%A3o_h%C3%A1_tr%C3%AAs_semanas_proibidos_de_visitar_detentos_do_Iapen_

Valter Negrão/Colaborador em 24/11/2012

 Foto: Arquivo/aGazeta
Manifestantes prometem permanecer em frente ao Iapen até a liberação das visitas
Ontem (22), por volta das 7 horas da manhã, famílias, parentes e amigos iniciaram uma manifestação em frente ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) para reivindicar o direito de visita aos internos. Suspensas há três semanas, a decisão partiu da direção do presídio por medida de segurança, após um incidente no dia 7 de novembro, que resultou em tiroteios entre os próprios detentos. 

Esposas, mães, filhos estão sem ver os internos dos pavilhões F2 e F3 há quase um mês. Indignados, eles cobraram do diretor do Iapen, delegado Nixon Kenedy, uma solução para o problema.

“Estamos reivindicando os nossos direitos. Já faz um bom tempo que não vejo o meu marido. Semana passada, vim de madrugada, trouxe comida e tudo pra cá, quando cheguei aqui, falaram que eu não ia entrar porque ainda não estava liberada a visitação”, disse a esposa de um detento que preferiu não se identificar.

Revoltada, ela disse ainda, que nem a comida que trouxe, pode ser entregue. “Por que não colocaram um aviso aqui na frente? Isso é uma falta de respeito com as pessoas”, disse. Procurados pelos familiares, os agentes penitenciários não tinham informação de quando as visitas iriam se normalizar. 

Antes do tiroteio dentro do Iapen, as visitas aos internos do pavilhão F2 eram aos sábados e do F3, aos domingos. Chorando muito, a aposentada Esmeralda Bezerra diz que já não aguenta mais essa humilhação. “Tenho quase 63 anos, passo vergonha lá dentro quando eles vão me revistar. Já não vejo o meu filho há mais de duas semanas e nem sei como ele está”, lamenta.

Nos pavilhões também estão proibidas a entrada de ventiladores, televisões e comidas, principalmente, quando tem muitos ingredientes que podem esconder drogas, celulares e dinheiro.

Os manifestantes prometem continuar em frente à penitenciária até que as visitas sejam retomadas. A direção foi procurada para esclarecer os fatos, mas não foi encontrada. A equipe de reportagem também procurou o chefe de gabinete do Iapen, que se identificou pelo prenome de Jeferson, mas o mesmo disse não ter autorização para prestar qualquer informação.

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