INDICATIVO DE GREVE
Agentes penitenciários cobram melhores condições
de trabalho.
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Enfrentando uma série de
irregularidades desfavoráveis nas atividades diárias, os agentes
penitenciários do Amapá paralisaram suas funções na manhã de ontem. O
indicativo de greve segue até domingo. Caso a direção não concorde com as
reivindicações apresentadas pelos profissionais, os agentes entram em estado
de greve geral a partir da próxima semana.
De acordo com a presidente do
Sinapen, Alessandro Soares, o ambiente de trabalho e defasagens salariais
contribuem incisivamente nos protestos naquele presídio. “Tudo isso se
transformou em uma bomba. Aqui existe uma série de irregularidades. Nem
sequer temos uma viatura e armas, o nosso contingente é pequeno para dá
suporte para mais de dois mil detentos, estamos em uma situação difícil de
conviver”, disse.
Segundo Alessandro, a alimentação dos
agentes é a mesma oferecida aos detentos, reforçando a péssima qualidade das
refeições. “Não importa que seja do detento ou não a mesma alimentação, mas a
nossa r3efeição é de péssima qualidade, não temos nenhum espaço para
alimentação, inclusive para quem tira serviço no anexo feminino, o almoço é
transportado na caçamba de um carro. Já foi encontrado até barata dentro da refeição”,
assegura Soares.
Durante a semana, a classe procurou
junto a Assembléia Legislativa, o apoio para a execução dos projetos de Leis
que dispõe sobre o pagamento do Poder Executivo sobre o auxilio alimentação.
Deve ser pago mensalmente aos agentes penitenciários o valor de R$ 240.
De fora
Alessandro enfatiza que a classe
sofreu um duro golpe da Secretaria
Estadual de Segurança Pública
(SEJUSP) que retirou a classe do Projeto de Qualidade de Vida, exclusivo aos
servidores da segurança pública estadual. “O secretário simplesmente nos
tirou do Projeto, queríamos saber em qual a classe o agente penitenciário
pertence, porque não aceitamos essa posição, foi um erro gravíssimo”, indagou
o sindicalista.
Transporte
O deslocamento diário de detentos só
é possível com o auxilio das ambulâncias, já que os veículos exclusivos para
o transporte estão sem condições de uso. Segundo Alessandro, os carros ou
sucatas, podem ser vistos parados na oficina do Instituto. “Não tem condições
para nada, estão parados e nada esta sendo feito, e ainda somos obrigados a
acompanhas os detentos sem nenhum tipo de segurança dentro do carro”, conta.
Segurança
Com um contingente de 320 agentes, o
Instituto possui apenas três coletes balísticos. Contudo, para cada plantão
no local, é necessária a presença de pelo menos dez agentes. “Os agentes
trabalham sob forte pressão, não temos segurança nenhuma, estamos sempre
expostos a qualquer tipo de situação, não da para trabalhar dessa forma, o
local que abriga o trabalhador não tem estrutura nenhuma”, esclarece.
Reforço negado
Na tentativa de desafogar a intensa
jornada de plantões da classe, o Sinapen exigiu junto a SEJUSP que convocasse
pelo menos 400 aprovados do último concurso para Iapen. Contudo, foram
chamados 200 classificados, contrariando o desejo do sindicato.
Alessandro reforça que o secretário
de Administração Sebastião, teria informado que não convocaria mais ninguém
para o preenchimento das vagas. “Mesmo com os 200 novos agentes, o número não
corresponde as necessidades da classe, a pressão não muda em nada e ainda vão
inaugurar outros pavilhões para piorar ainda mais a pressão no trabalho”,
concluiu.
Em breve, o GEA deve finalizar a
conclusão de dois pavilhões, além de anunciar a inauguração de um centro do
IAPEN, onde deve comportar celas especiais, localizado no bairro do Zerão.
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Por Franck Figueira Da reportagem
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