sexta-feira, 13 de julho de 2012

o agente Clodoaldo Brito morreria de qualquer maneira naquele dia. "Pelo que apuramos a morte do agente penitenciário já estava decretada.

Polícia indicia três homens pela execução de agente penitenciário
A polícia civil indiciou, ontem, três pessoas pela execução do agente penitenciário Clodoaldo Pantoja Brito, 37 anos, que foi morto com 18 tiros de pistola na manhã do dia 11 de junho passado quando ele acabara de deixar o plantão no complexo penitenciário e seguia de moto para casa por um ramal da Ilha Mirim.

Segundo a delegada Odaneti Biondi, Wagner João Oliveira "Melone", 35 anos; Wesley Alves da Silva, 18; e Luís Carlos Silva Teixeira, de 33, que está foragido, tiveram participação direta na execução do agente. Melone e Wesley já estavam presos temporariamente. Luiz Carlos chegou a ser preso, mas foi liberado por provas mais consistentes.

Depois de 31 dias de intensa investigação, a polícia confirmou o envolvimento deles. Diante disso, a delegada Biondi representou pelo pedido de prisão preventiva que foi deferida pela Justiça do Amapá. "Como Melone e Wesley já estavam presos, só resta o terceiro elemento ser capturado", frisou a delegada presidente do inquérito.

O secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto, disse que os indiciados negam participação no crime, mas que os elementos colhidos nas investigações comprovam, sim, o envolvimento deles. "O exame residuográfico feito nas mãos do Melone e do Wesley comprovaram a presença de pólvora. Uma pistola encontrada na casa do mesmo Melone foi comparada pela Politec com os projéteis recolhidos próximo ao corpo. As ranhuras comprovaram ser a mesma arma. Então, não a como negar o envolvimento" afirmou o secretário Roberto. Os dois acusados seriam transferidos ainda ontem para a penitenciária do Estado onde ficam à disposição da Justiça.
“Tribunal do Crime” já havia determinado
a execução do agente
O delegado Celso Pacheco, que coordena o Grupo Tático Aéreo (GTA), e que atua, também, na linha de frente das investigações, disse que a motivação para a execução sumária ainda é uma incógnita.

"Estamos montando um grande quebra-cabeça. Hoje existem duas possíveis versões para o crime que estão sendo apuradas. Uma é a de que a morte do agente Clodoaldo tenha sido encomendada pelo fato de ele (o agente) ser tido como linha dura dentro do presídio. A outra versão é de que o servidor estaria supostamente recolhendo dinheiro dentro da cadeia e favorecendo traficantes. Mas nada é concreto e por isso as investigações precisam ser aprofundadas nesse sentido" afirmou.

Celso Pacheco também lembrou que na semana passada ele comandou uma operação de combate ao narcotráfico na capital. Um dos alvos da polícia foi exatamente a casa de Wagner Melone. "Foi lá que encontramos a pistola Ponto 40 utilizada no crime do agente. O Melone é dos mais perigosos traficantes do Amapá" revelou Celso.

Carta marcada
Já a delegada Valcilene, também da Decipe, afirmou que o agente Clodoaldo Brito morreria de qualquer maneira naquele dia. "Pelo que apuramos a morte do agente penitenciário já estava decretada. Ele morreria naquela dia por qualquer rota que tomasse. Isso nos remete ao fato de que outras pessoas estão envolvidas, sim. Mas chegaremos até elas" explicou.

Clodoaldo Brito foi executado durante emboscada
O agente penitenciário Clodoaldo Pantoja Brito, de 37 anos, foi executado com 18 tiros de pistola no início da manhã do dia 11 de junho de 2012 depois de ter largado um plantão de 24 horas no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Clodoaldo era chefe de plantão e estava trabalhando há dez anos como agente penitenciário.

A execução ocorreu quando ele pilotava uma moto Bros de placa NFA 7621 por um ramal da Ilha Mirim que dá acesso ao bairro Infraero onde o agente morava com a família. Ele ainda utilizava a farda do trabalho no momento do crime. Moradores da região disseram ter escutado mais de uma dezena de disparos. Depois o barulho de um carro deixando o local em alta velocidade.

Prisão dos suspeitos
Cerca de três dias após o crime a polícia civil recebeu uma informação de que os prováveis envolvidos no crime se preparavam para fugir de voadeira de um porto às margens do rio Matapí. O destino deles seria a cidade de Altamira (PA). Foi lá que houve a prisão de Melone e seus comparsas. Dois outros homens que estavam no barco foram liberados, pois a polícia comprovou que eles eram embarcadiços e que haviam sido contratados para fazer uma viagem normal. Eles não sabiam quem eram as pessoas e do que elas estavam sendo acusadas.

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